Cláudia Brandão
Brasil
1956, Rio Grande, Rio Grande do Sul. Artista, Pesquisadora, Professora Associada da Universidade Federal de Pelotas (Pelotas, RS), em Artes Visuais.
Atuo problematizando duas questões principais: os embates entre Civilização e Natureza, e a Memória Social e suas imbricações com a herança colonial. Busco entrelaçar as reverberações dos diferentes tempos condensados pela experiência, concretizada em fazeres artísticos balizados pelo vivido. Antes da pandemia, (re)conhecer os lugares através de derivas conferia o compasso da minha produção poética, compondo séries fotográficas e obras produzidas através de colagens, livros de artista, arte têxtil e multimídia. Com a reclusão necessária nos últimos dois anos, lancei mão das fotos de família para compor projetos que envolvem, principalmente, a colagem e intervenções têxtis.
O projeto (AN)TROPOS reúne um conjunto de obras estruturadas como crônicas visuais narrativas acerca do vivido, contaminadas pela energia vital que antropologicamente atravessa as fotografias dos álbuns de família. Nesta exposição apresento algumas dessas obras, que considero “compostagens visuais”. Recortar, colar e interferir nessas imagens colaboraram para a (re)composição da minha própria identidade e o entendimento do ser em situação.
Um tropo é também uma figura da retórica produzida pela associação de ideias de caráter comparativo, ou seja, uma metáfora, o tropo por excelência. O uso de metáforas visuais na elaboração de crônicas visuais narrativas, como costumo fazer, renova e enriquece os mecanismos das linguagens, em especial, da fotográfica, através da colagem.
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